
A lista é enorme. Gusttavo Lima (R$ 1,2 milhão), Wesley Safadão (R$ 550.000,00), Bruno e Marrone (R$ 520 mil), Israel e Rodolffo (R$ 310 mil), Di Paulo & Paulino (R$ 120 mil), João Carneiro (R$ 100 mil), Thiago Jhonathan (R$ 90 mil) e por aí vai. As prefeituras do interior do Brasil viraram o oásis dos cantores da moda. Todos milionários e que sem o menor constrangimento levam o dinheiro das cidades com Índice de Desnvolvimento Humano deplorável.
Bruno, do Bruno e Marrone, falou que a pandemia veio pra equilibrar o capitalismo e o comunismo.. q ta difícil pra eles pq deixaram de fazer 9 show… que é errado gnt ter dinheiro d+… era ele falando e eu vendo a mansão atrás pic.twitter.com/6uc8Wzsu6Q
— eu (@Willt0n) April 10, 2020
Alheios à miséria do povo que aplaude.
Esta semana os casos mais emblemáticos vieram de Roraima e Minas Gerais.
Mas a cena se repete Brasil à fora.
Inclusive no Amazonas.
Gusttavo Lima vai levar de Conceição do Mato Dentro (MG) R$ 1,2 milhão. De São Luiz (RR) mais R$ 800 mil.
É o circo mais caro da história do Brasil.
A coluna Splash, do site UOL, mostra bem o que está acontecendo. Donos de jatinhos, iates, mansões e de músicas que não saem do esquema “chifre, cachaça e problema”, esses artistas vão deteriorando a música brasileira no mesmo passo que secam os cofres de quem já não tem nada.
Em Conceição do Mato Dentro o MP apura o desvio de dinheiro da educação e da saúde para pagar “O Embaixador”, que exigiu também R$ 4 mil em comida para sua equipe e “o melhor hotel da região” para seus funcionários.
SAFADÃO
Wesley anda fazendo jus ao segundo nome Brasil à fora. Sem derrarmar uma lágrima pelas famílias nordestinas que passam fome e sede, encontrou ouro no Piauí. Lá a Promotoria de Justiça de São Pedro do Piauí mandou cancelar o show. Wesley foi contratado por “míseros” R$ 550 mil para “abrilhantar” o aniversário da cidade.
Dá uma pinta de pouco mais 1 hora, enche o bolso e pede para que ninguém encoste nele.
Eita, povo abusado. Ainda quer foto com o cara.
🚨 WESLEY SAFADÃO SE RECUSA TIRAR FOTO COM FÃ NO FINAL DE SHOW.
O MESMO DISSE, “NÃO TOCA EM MIM” pic.twitter.com/jnTIpoxOOv— Hoje tem RN (@hojetemrn) May 15, 2022
“A apresentação teria uma duração de 1 hora e 20 minutos. O Promotor de Justiça destaca que o Município vem enfrentando grande precariedade nos serviços de saúde, educação, saneamento básico, dentre tantos outros essenciais.”, diz trecho do documento do MP.
CHEIA NO AMAZONAS E A FESTA COMENDO
Pouco importa que mais da metade dos municípios do Amazonas estejam em situação de alerta por conta da cheia, com muitas famílias passando fome e com água literalmente até o pescoço dentro de casa. Aqui também tem dinheiro para show.
Os 40 anos de Rio Preto da Eva não deixam mentir. O prefeito Anderson Souza não poupou esforços, e nem dinheiro público, para comemorar. R$ 650 mil para o Safadão conhecer o que é que o Amazonas tem.
O Ministério Público de Contas tentou barrar. A promotora Elissandra Alvares deixou bem claro o que se passou ali. “Não se podem fechar os olhos para o dispêndio de recursos públicos no valor de mais de meio milhão de reais empregados na realização de um único show, qual seja, o do cantor Wesley Safadão. Além disso, as peças publicitárias indicam a participação de outros artistas nacionais, como Israel Novaes e Léo Magalhães, desconsiderando o atual cenário do município, que apresenta baixos indicadores educacionais, sociais e econômicos.”
Rio Preto da Eva apresenta apenas 5,9% da população ocupada; 44% da população aufere renda mensal de até 1/2 salário mínimo. E daí, perguntam os cantores.
Em setembro tem festa em São Gabriel da Cachoeira. Até o padre Antrônio Maria foi contratado pelo prefeito Curubão. Cobrou mais de R$ 100 mil.
Deus nos acuda!
O fato é que esses artistas não estão nem aí para a miséria que os alimenta. É dessa pobreza e pouca cultura que eles sobrevivem, vendendo um produto de péssima qualidade a preço de ouro.
Ao mesmo tempo, políticos investem na máxima do “pão e circo”, enquanto perpetuam o ciclo da dependência dos cidadãos, que sequer conseguem relacionar o baixo padrão de vida à ostentação que esses cantores anunciam em suas redes sociais.
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