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Família acusa Grupo Fera de matar de forma truculenta motorista durante operação em Manaus

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Foto: Rede Social

MANAUS/AM – “Meu marido era um trabalhor honesto. Tinhamos 30 anos de casados, estava de férias, com 18 dias. Estava feliz, arracaram ele da nossa família. Era meu porto seguro. Era tudo que eu tinha. Eu quero justiça pela morte do meu marido”, disse emocionada a esposa, Marcilene Machado. A família de Sérgio Fragoso Monteiro, 50 anos, acusa os policiais do Grupo Fera de matar o motorista de ônibus particular por engano durante operação ‘Coalizão pelo Bem’ nessa sexta-feira (19), no bairro Vila da Prata.

“Nós estavamos dormindo e acordamos com uma barulho estrondoso de arrombamento e imediantamente nós dois acordamos. Ele foi acender a luz do quarto. Ele abriu a porta devagar e após isso começou a se tremer. Depois veio o barulho de vidro quedrado, um barulho muito forte e ele caiu. Mataram meu marido. Foi um tiro à queima-roupa pelo vidro. Ele já caiu morto”, que continuou com os detalhes para um portal de notícias local.

“Eles invadiram o meu quarto. Eu estava ao lado do corpo do meu marido e eles apontando o fuzil para  mim querendo me matar. Eu pedi misericórdia. Por favor. Eles mandaram eu deixar no chão e ficar no quarto que não era para eu sair.

Sem socorro 

A esposa que só quer justiça pela morte do companheiro de vida, revelou que durante a ação os policiais negaram o pedido de socorro dela para levar o marido para o hospital.

“Eles falavam que o socorro já estava chegando. Mas já passava de meia hora e o meu marido estava estendido no chão. Eu já tinha certeza que ele estava morto porque não respirava mais. Eles pediram uma rede e os documentos dele. Eu dei. Eles falaram que iam para o 28 [Hospital 28 de Agosto], eles não deixaram e só se identificaram no final. Eu li na camisa deles escrito ‘FERA’ e mandaram eu me arrumar para ir para a delegacia prestar depoimento”.

“Eles falaram também que estavam em uma operação. A Polícia do Rio de Janeiro estava chegando também, mas foi o Grupo Fera daqui de Manaus que fez essa barbaridade com meu marido”, afirmou a viúva, que disse ainda mais. “Só quando estavamos na delegacia foi que a polícia do Rio chegou e no final eles falaram que tinham encontrado celulares e um policial que estava na minha casa entrou na sala da delegacia e queria implantar uma arma no relatório para incriminar  meu marido e meu filho. Eles erraram veio”.

A equipe de reportagem do Repórter Manaós solicitou nota da Polícia Civil do Amazonas que informou só vai voltar a se pronunciar sobre o caso após o resultado do laudo pericial.

LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

“A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), informa que na manhã da última sexta-feira (18/06), durante a operação “Coalizão pelo Bem”, deflagrada simultaneamente nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo e Pará, que resultou no cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão em nome líderes de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas, que atua no Rio de Janeiro e no Amazonas, exerceu seu papel operacional, cumprindo todas as ordens judiciais designadas à cidade de Manaus. E que durante a ação, em um dos alvos, houve resistência e fez-se necessária a intervenção policial que levou a óbito um homem de 50 anos.

O delegado Bruno Fraga, diretor do DRCO, que coordenou as investigações no Estado, reforça que a instituição conta com equipes policiais preparadas para agir em diversas situações de combate à criminalidade, especialmente durante as ações de confrontos e resistências policiais. E, por determinação da delegada-geral, Emília Ferraz, e para a lisura do ato operacional em questão, as investigações estão em andamento pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que aguarda o resultado da perícia técnica, solicitada no mesmo dia da ocorrência.

A PC-AM somente voltará a se pronunciar após o resultado do laudo pericial.”

 

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