Como se não bastasse mais tantos doentes e mortos, agora Manaus vive mais um dilema: a Prefeitura decidiu empilhar caixões em covas coletivas para economizar espaço. A alternativa para esse sepultamento doloroso, é cremar os entes queridos. Com o aumento das mortes por covid-19, mesmo os mortos por causas naturais entram nesse polêmico sistema.
No domingo Manaus registrou 140 sepultamentos, um recorde jamais visto. Para evitar cenas como a da família que teve de sepultar um idoso com as próprias mãos, e ainda para suprir a expectativa de 4.500 enterros nas próximas semanas, empilhar caixões foi a decisão tomada pelo poder público, que também abriu os cemitérios à noite.
“A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) reorganizou o layout das covas, mas mantendo a unidade e a rastreabilidade de todas as urnas entregues no cemitério público Nossa Senhora Aparecida”, diz a nota da Prefeitura.
Nos cemitérios, o clima de tristeza agora também é de revolta. “Querem enterrar vários corpos. Um em cima do outro. Não há respeito algum. Disseram que não tem espaço e a única saída é enterrar os corpos empilhados. Me sinto humilhado”, lamenta, Leonardo Garcia, no cemitério do Tarumã, onde aguardava nesta segunda a hora de enterrar o pai.
Por equipe Repórter Manaós