O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, disse nesta quarta-feira que as queimadas na Amazônia são superdimenssionadas. Mais do que isso, disse que não passam de uma “fogueirinha”. Heleno está no Amazonas com o vice-presidente Hamilton Mourão e uma comitiva do Governo Federal, que trouxe representantes com status de ministros europeus para provar o que dizem.
A fala contradiz as imagens de satélites, que mostraram queimadas recordes no Amazonas em 2020, as maiores de todos os tempos de monitoramento, iniciado em 1998. Foram 15.700 focos ativos de fogo no Amazonas. Os dados são do INPE.
“Passamos por cima e ressaltamos que tem algumas áreas de queimada, mas isso é totalmente deturpado, porque é colocado fora de contexto, que é uma coisa majestosa, e fica virando uma fogueirinha ali. Isso é ruim pra gente”, disse, defendendo a tese de que se essas queimadas existissem “a fumaça chegaria a Londres.”
O grupo brasileiro tem de Mourão e Heleno, pelos ministros Tereza Cristina (Agricultura), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Eduardo Pazuello (Saúde), e pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, tenente-brigadeiro do ar Raul Botelho.
Nesta quinta eles levam os convidados para mais sobrevoos, incluindo assentamentos perto de Iranduba. Nesta quarta voaram sobre o Pará, Amazonas e foram ao zoológico de Manaus. Mourão é presidente do Conselho da Amazôna e disse que o Governo atua com “máxima transparência”, após ser pressonado por investidores europeus.
O número de queimadas no Amazonas em 2020 superou o recorde anterior, de 2005, e passou a ser o maior da história. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, até este domingo (11), o estado já registrou 15.700 focos ativos, enquanto em 2005 o acumulado de todo o ano foi de 15.644 casos.
