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Para 97% dos moradores entrevistados nas comunidades de Manaus, acesso à água tratada aumenta dignidade
Projeto do Instituto Trata Brasil avaliou o antes e depois da chegada da água potável em três comunidades de Manaus

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Foto: Divulgação

SETEMBRO 2021 – Em um país com 35 milhões de pessoas sem água tratada, 100 milhões sem coleta de esgoto e somente 49% dos esgotos tratados, o Instituto Trata Brasil há anos produz estudos e pesquisas objetivando mostrar à sociedade e autoridades os impactos da falta de saneamento básico, sobretudo o acesso à água tratada, coleta e tratamento dos esgotos.

Dentre vários objetivos do instituto, um dos mais relevantes é avaliar os benefícios sociais trazidos pelos serviços quando chegam às comunidades mais vulneráveis. Nesse modelo de projeto é feito uma avaliação socioeconômica das famílias que recebem os serviços, mas, principalmente, busca-se conhecer a percepção desses moradores às melhorias trazidas pela chegada da água potável, esgotamento sanitário e outros.  Denominado “Trata Brasil na Comunidade”, este eixo de projetos do Instituto Trata Brasil já avaliou comunidades no Nordeste, Sul e Sudeste brasileiro e, em 2021, chega a Manaus (AM), onde recentemente o serviço de água tratada chegou a moradores habitando áreas de palafitas, becos e rip raps.

A cidade de Manaus passou, recentemente, por reestruturação de prestação dos serviços de saneamento básico e uma das prioridades, de acordo com a nova concessionária, têm sido o atendimento dessas comunidades. São grandes os desafios para universalizar os serviços de saneamento no estado do Amazonas, bem como na capital Manaus, então é relevante registrar esses avanços.  Desta forma, o Instituto Trata Brasil fez a pesquisa contemplando áreas de palafitas, becos e rip raps dos bairros Compensa, Cachoeirinha e Redenção, para entender como a chegada da água potável alterou a qualidade de vida destas famílias.

Os resultados mostram que 97% dos moradores dos três bairros contemplados na pesquisa afirmam terem mais dignidade após o acesso à água tratada. De modo geral, 93% estão satisfeitos com o serviço sendo ofertado, quando antes o índice era de apenas 40%. Já a confiança na qualidade da água entregue às moradias avançou de 45% para 81%. As ligações clandestinas, que representavam risco à saúde das pessoas e eram a principal fonte de acesso à água, caíram a zero.

Para 81% dos entrevistados, a saúde e a qualidade de vida mudaram para melhor depois da chegada do serviço de água potável. Os benefícios mais citados pelos moradores foram a melhoria na qualidade de vida, ter água tratada todos os dias e a regularização do domicílio. A população passou a contar, pela primeira vez, com comprovantes de residência e grande parte das moradias foram cadastradas na tarifa social, benefício que concede 50% de desconto para famílias de menor renda.

Questionados quanto a frequência com que ficavam doentes, observou-se que muitos ficavam doentes mais de 3 a 4 vezes ao ano, mas que depois do acesso à água tratada esse adoecimento caiu muito. Antes dos serviços, 43% das pessoas relatavam ficar doentes uma vez ao ano e esse índice subiu a 83% após a água potável chegar às torneiras.

“Já é de amplo conhecimento da comunidade médica, e confirmado em vários de nossos estudos, que a chegada da água potável traz grandes melhorias na vida das pessoas, começando pela redução das doenças. Neste estudo, isso fica ainda mais claro pelo reconhecimento da grande maioria dos moradores que agora, com água tratada, se sentem mais saudáveis e com melhores expectativas de vida”, afirma o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos.

A percepção das pessoas foi de que o impacto das doenças de veiculação hídrica foi reduzido em até quatro vezes. Crianças adoeceram e não foram à escola (46% para 11%), idosos adoeceram e não realizaram suas atividades (32% para 6%) e pessoas faleceram (10% para 2%).

Nas comunidades pesquisadas, 51% trabalham com ou sem vínculo empregatício, 33% são beneficiários do Bolsa Família e 50% receberam o auxílio emergencial no enfrentamento à pandemia do coronavírus. Já o desconto na conta de água, por meio da Tarifa Social Manauara, chega a 67% dos entrevistados. “Observa-se que programas como a Tarifa Social são muito importantes para que essa população tenha condições financeiras de arcar com suas contas e assim manter sua dignidade”, reforça o presidente do Instituto Trata Brasil.

Atenta ao projeto do Instituto Trata Brasil na capital amazonense, a concessionária local Águas de Manaus lançou o programa ‘ + Águas’ e garante que a atenção à população vulnerável será sempre prioridade: “O crescimento exponencial de Manaus não foi acompanhado pelos serviços de infraestrutura ao longo dos anos. Para ampliar o acesso à água tratada, vamos implantar novos 260 km de redes de água, garantindo o benefício da Tarifa Social às famílias de menor renda”, reforça o diretor executivo da Águas de Manaus, Diego Dal Magro.

Sobre a pesquisa – O Instituto Trata Brasil ouviu 1.046 moradores dos bairros Compensa, Redenção e Cachoeirinha, em Manaus, com o objetivo avaliar a qualidade de vida e condições de saúde, antes e depois da chegada do abastecimento de água tratada. A pesquisa foi aplicada por moradores das comunidades, devidamente treinados, sendo realizada entre 21 de junho a 21 de julho de 2021, com margem de erro para 2.67% e 95% de confiabilidade.

*Com informações da assessoria 

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