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A receita de uma jornalista para vencer a Covid: choro, fé, amor da filha, medo e coragem!
Tudo misturado

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De repente a Covid entra na sua casa, revira seu mundo e te leva para um leito de hospital. Te afasta da filha pequena, te desafia. Foi isso o que aconteceu com a jornalista Daniele Cavalcante de Brito, 41, que chegou a ter 80% de comprometimento dos pulmões, mas que agora conta as horas para sair da Samel e abraçar a filha de 6 anos.

A luta contra a Covid não é fácil. Mas a palavra de quem está derrotando o coronavírus e suas ousadias precisam ganhar eco. “Tudo ocorreu na mesma semana. Segunda-feira fui demitida, terça-feira perdi uma grande amiga para o Covid e na quinta-feira fui diagnosticada. A cabeça estava a mil, preocupações, tristeza, luto, mas busquei dentro de mim uma força que acredito que seja a pura manifestação de Deus na vida de uma pessoa”, desabafa.

Fé, medo, força de vontade, tudo junto no hospital

A Medicina comprova a olho nu, que o pensamento positivo faz diferença em qualquer tratamento. Mas como pensar positivo diante de um inimigo implacável, que já matou quase 10 mil pessoas no Amazonas? E se você mora na cidade da temida mutação que superlotou hospitais e fez os informes funerários dispararem?

Não é só a doença. É o medo. “Já hospitalizada, veio todos os medos. Medo de piorar, de morrer e não ver minha filha crescer, medo de não saber quando ficaria boa. Mas algo muito forte dentro de mim me dizia para confiar, e eu confie. Sozinha no hospital, conversava diariamente com Deus e agradecia muito por está tendo a oportunidade de me tratar. Os dias não foram fácies, nem um pouco.”

Oxigênio entrando pelos pulmões, a luta contra a tosse, febre, dor, cansaço e a preocupação a mais por ser obesa e por ter uma filha pequena para criar. O sistema imunológico luta contra o coronavírus, mas a Covid não se dá por vencida. “A tosse não me deixava comer direito, beber água e pra piorar, tinha muita diarreia. Mas apesar de tudo, tinha forças para levantar e nenhum dia sequer me entreguei. Com exercícios diários de fisioterapia, percebia pequenas melhoras que para mim eram grandes”.

FORÇA DO LADO DE FORA DO HOSPITAL 

Não há quem não tenha perdido alguém ou pelo menos um conhecido para a Covid. E as perdas são como marteladas na cabeça. Quem tem Covid e vai para o hospital, inevitavelmente, teme pela vida. É um sentimento humano. E nessas horas, o apoio via redes sociais é um bálsamo. “Tive apoio de tanta gente, da família, amigos, conhecidos, gente que não via há anos mandou mensagens de força. E nestas horas isso faz a diferença. Os dias no hospital são duros, mas não deixei a peteca cair.”

Dani e Mari, de 6 anos. A força do amor de mãe fez diferença

É como uma guerra. Altos e baixos de uma batalha feroz. “Três dias após minha internação fiz nova tomografia e para minha tristeza, o comprometimento tinha aumentado para 80%. Não entendia. Já me sentia tão melhor e esse pulmão assim. A médica me tranquilizou e explicou que eles analisam as imagens, a clínica e a saturação.”

VOLTA POR CIMA

Vencida a etapa mais complicada, entram novos sentimentos. A esperança e a gratidão. “Clinicamente eu estava evoluindo muito bem, já não tinha mais quase cansaço, só a tosse que ainda persistia. A saturação estabilizou, então era só cuidar desse pulmão.
A todo instante agradecia pela oportunidade de me curar. Teve dias que chorei e tive todo carinho da equipe do hospital. Tranquilizei minha mente. Todos dias fazia ligações de vídeo para conversar com minha filha de seis anos. Esses eram os melhores momentos, nessas horas a gente ria, falava besteira, e assim o coração acalmava. Tive apoio de tanta gente. Uma tia de coração cuidou da minha filha com tanto carinho. Meus irmãos me enviam mensagens , amigos, todos me dando força. Tive manifestação de carinho por todos os lados.”, destaca a mãe que não vê a hora de “dar muitos cheiros na filha.”

Em breve esse encontro será possível!

Se não há remédio, há conselhos valorosos. Com a autoridade de quem sabe o que está falando, Daniele assina as palavras. “Em nenhum momento questionei minha condição de doente, em nenhum momento perdi a fé, e sempre confiei, mesmo nas horas de agonia, de cansaço, de saudades, sempre confiei em algo que não vejo, mas que sinto intensamente dentro de mim. A luta ainda não acabou. Continuo internada, com um quadro estável e em evolução. Ao sair daqui, serão outras etapas de recuperação, como exercícios de fisioterapia e ainda medicamentos. Cada organismo tem uma reação e uma recuperação. Mas paciência não me falta e nem a fé em dias melhores.”

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