
Enquanto o ministério da Saúde ainda quer discutir em audiência pública a aprovação da vacina para crianças liberada pela Anvisa, uma mãe em São Paulo está chorando a morte da filha de 8 anos vítima de Covid e pedindo pressa para que outras mães não sofram a mesma dor.
Ana Luísa dos Santos Oliveira, de 8 anos, morreu sem ter a chance de tomar a vacina, ainda proibida no Brasil para crianças de 5 a 11 anos. A mãe, Valkíria Alice dos Santos, de 39 anos, está devastada. “Eu creio que, se ela tivesse tomado, poderia ter pego, mas não desse jeito. Seria fraco, e não tão agressivo do jeito que foi. Tem que liberar essas vacinas para as crianças”.
Ela mora no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, e lembra que sua filha não tinha doenças prévias . “A única coisa que ela tinha era rinite alérgica. Ela era gordinha, mas era uma criança saudável, não tinha diabetes, não tinha colesterol, brincava normal, estava indo à escola. Eles falaram ‘mãe, devido a ela ser gordinha, pode ter sido um fator que contribuiu para ela não conseguir a cura'”.
Valkira pede aos pais que protejam seus filhos. “Eu peço para os pais tomarem cuidado com as crianças, os que pensam que [a doença] é fraquinha. Eu também pensava, os sintomas nem apareceram, e quando fui ver, já tinha tomado conta dela. Eu não demorei para correr com a minha filha para o hospital, fui na hora certa, e o médico falou isso. Só que foi tão traiçoeira, foi muito rápido. Fiquem em cima das vacinas. Se funcionou para nós, vai funcionar para as crianças também”, afirma.
“Fiquei um mês com ela na UTI, não queria vir para casa, queria ficar lá, conversando muito com ela, falando que ia ficar bem. Depois de um tempo, ela intubou, aí tiraram, ela deu uma boa melhorada, depois o período de Covid-19 passou e veio uma infecção em decorrência da doença. Muito remédio forte, não sei se poderia ter ficado com sequela, o médico disse que poderia, foi muita medicação, saturação muito baixa, chegou a 11. Dentro desses altos e baixos, eu lá junto. Ela estava sofrendo muito, Deus quis recolher a minha pequena. Agora que estou assimilando, mas é tudo muito estranho para mim.”
Com informações do G1