Donald Trump menciona Brasil como um dos países que querem ‘prejudicar’ os EUA

O presidente afirmou que o governo irá "impor tarifas a países e a indivíduos de fora que realmente nos prejudicam".

Em um evento com republicanos na Flórida, na segunda-feira (27/1), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, citou o Brasil como um dos países que impõem altas tarifas e afirmou que essas nações buscam “prejudicar” os EUA.

“A China é um grande criador de tarifas, assim como a Índia, o Brasil e muitos outros países. Não vamos permitir que isso continue, porque vamos colocar os Estados Unidos em primeiro lugar”, declarou Trump.

O presidente também reforçou a intenção de aumentar tarifas de importação como parte de sua estratégia econômica. “Em vez de tributar nossos cidadãos para enriquecer nações estrangeiras, devemos tarifar e tributar essas nações para beneficiar nossos próprios cidadãos”, afirmou.

Segundo Trump, a implementação de tarifas mais altas para produtos estrangeiros resultará em redução de impostos para trabalhadores e empresas americanas, além de estimular a volta de empregos e fábricas para o território norte-americano. “Se quiserem evitar tarifas, terão que construir suas fábricas aqui nos Estados Unidos”, declarou, destacando o apoio a setores como o farmacêutico, de semicondutores e de aço.

Relações entre Brasil e Estados Unidos

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas da China. No entanto, o Brasil ocupa a 18ª posição entre os maiores exportadores para os Estados Unidos. Em 2024, os americanos representaram 11,97% do volume exportado pelo Brasil, somando cerca de US$ 40,3 bilhões.

Por outro lado, as importações brasileiras de produtos americanos totalizaram US$ 40,5 bilhões, gerando um déficit de US$ 253 milhões na balança comercial entre os dois países.

Nos últimos dias, as relações entre os EUA e países da América Latina enfrentaram tensões. No fim de semana, Trump entrou em confronto com o presidente colombiano, Gustavo Petro, que inicialmente negou a entrada de aviões com imigrantes deportados. Após ameaças de tarifas e sanções, Petro recuou e aceitou receber seus cidadãos de volta.

Além disso, um voo com brasileiros deportados, que relataram maus-tratos, chegou a Manaus no sábado (25). O governo brasileiro condenou o tratamento dispensado aos seus cidadãos e busca negociações por melhores condições de retorno. Contudo, o diálogo com os EUA pode ser desafiador. Trump foi enfático ao comentar a relação com o Brasil e outros países latinos: “Eles precisam de nós. Muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles”.

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