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Em Manaquiri, professor abnegado vai de rabeta ao encontro dos alunos
Sacerdote da Educação

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Vem de Manaquiri, distante 60 quilômetros de Manaus, a história de um guerreiro da Educação. Lá, o professor Hércules Castro Valente, de 23 anos, faz jus ao sobrenome e vai de rabeta para a Escola Municipal Novo Progresso, anexo da Escola Estadual Anselmo Jacob, para dar aula na turma da 1ª série do Ensino Médio, onde ensina a 11 estudantes.

Desde que a Secretaria de Educação deu início às transmissões do “Aula em Casa”, Hércules vai, de barco, até a casa dos alunos para entregar o Caderno Digital (espécie de guia de estudos para os estudantes) e também sanar as dúvidas que possam surgir acerca dos conteúdos trabalhados durante o regime especial de aulas não presenciais.

“Achei necessário conhecer a realidade e o contexto socioeconômico e cultural de cada aluno. Aqui, moramos em zona rural, áreas de várzeas e terra firme, a única forma de transporte é fluvial, então fui à residência dos estudantes em minha própria embarcação, uma barca de alumínio com rabeta, e atravessei o rio para entregar as apostilas”, revelou o professor, que começou a atuar pela pasta no ano passado.

De acordo com ele, o trajeto até visitar a casa de todos alunos leva em torno de 5 a 6 horas. Dependendo das dúvidas que o estudante apresente, esse horário pode se estender, frisou Hércules. “Atualmente, a principal forma de comunicação entre a gente é a verbal, casa a casa. Nesse primeiro momento, criei um grupo de aplicativo para facilitar o diálogo, assim os alunos podem tirar dúvidas, mandar fotos das atividades respondidas e áudios, por exemplo”, acrescentou o educador.

Rotina – Desde o retorno às atividades letivas, Hércules implementou uma rotina voltada a atender a necessidade de seus alunos, estando disponível o máximo possível para ajudá-los. Munido do que chama de “kit professor” – celular, notebook, impressora e internet –, ele cita as especificidades da região como grandes desafios na jornada letiva.

“Uma das maiores dificuldades é a logística. Devido à intensa variação de cheia e vazante do rio Solimões, a cada mês temos uma nova realidade. Na seca, por exemplo, há o surgimento de praias e atoleiros nos barrancos, em razão do sedimento acumulado na enchente. Mas, como sempre morei na região, estou adaptado a essa realidade local”, completou o educador.

O fato de sempre ter morado e estudado no interior, inclusive, faz com que ele tenha um olhar especial aos estudantes. “É um trabalho árduo, porém, gratificante. Ao nos dedicarmos, percebemos o quanto esse esforço é importante para esses jovens”, finalizou Hércules.

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