
Da Colômbia para Manaus, de Manaus para a Europa e para a África. A polícia de Manaus prendeu dois traficantes africanos que comandavam uma rede internacional de venda de entorpecentes capaz de gerar lucro de R$ 8 milhões. A droga era escondida dentro de santos de gesso.

O nigeriano Daniel Chinedu Dickson, de 42 anos, e do sul-africano Okolie Goodwill Eze, 49, foram pegos em um carrão de luxo e com pacotes de cocaína líquida. De acordo com o secretário da SSP-AM, coronel Louismar Bonates, o esquema era grande e envolvia troca de veículos roubados por drogas e carros mais discretos, que retornavam à capital transportando insumos de cocaína líquida oriunda da Colômbia. “Essas negociações ocorriam nas cidades de Tabatinga e de Leticia, na Colômbia. Era justamente nesta região onde a cocaína líquida era obtida”, informa Bonates.

LABORATÓRIO EM FLORES
De acordo com o delegado Tarson Yuri Soares, um laboratório de drogas refinava o material no bairro de Flores. “Nesse local, a cocaína líquida era refinada e acondicionada em revistas e em imagens sacras para, posteriormente, ser enviada, por meio de mulas, a países da Europa e da África”, explica o delegado-geral adjunto.

Daniel era responsável por fazer os contatos e planejar a logística do material entorpecente, em Tabatinga (distante 1.108 quilômetros em linha reta da capital) e na Colômbia. Já o sul-africano Okolie era responsável por fazer o acondicionamento da droga nas revistas e imagens sacras para serem entregues às mulas. “Cada revista, ao chegar a destinos como Holanda, Espanha e outros países dos continentes europeu e africano, rendia cerca de R$ 100 mil ao grupo”.
Procedimentos – Daniel e Okolie foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e irão para a Central de Recebimento e Triagem (CRT), onde deverão passar por audiência de custódia via videoconferência.