Em meio ao pânico mundial autoridades de saúde alertam que o uso da cloroquina contra o coronavírus só pode ser feito em ambiente hospitalar, em casos graves, com acompanhamento dos médicos e em caráter experimental. A jornalista Mariele Previdi Pedroso tomou o remédio em 2002 como prevenção à malária e perdeu 60% da audição. Ela contou a história em suas redes sociais e pediu que o caso sirva de alerta.
“Espero que possa ser útil e ajude as pessoas a não tomarem um medicamento forte sem necessidade”, escreveu a moradora de Itu, interior de São Paulo.Mariele tomou o medicamento antes de uma viagem para Camarões, na África, onde faria um trabalho de conclusão de curso (TCC).
Foram os profissionais de saúde locais que deram o conselho que a deixaria sequelada para sempre. “Eles disseram que a região era um grande foco de malária e precisaríamos tomar a droga um mês antes, durante a visita e um mês depois para prevenir a doença. Como não sabia disso quando estava no Brasil, comecei a tomar imediatamente”, conta.
A jornalista começou a sentir zumbidos insuportáveis nos ouvidos e depois de passar por vários médicos finalmente descobriu que era um efeito colateral da cloroquina. Hoje ela usa aparelho para perdas auditivas, que custa R$ 14 mil. “Quando finalmente entendi que tinha sido por causa do remédio, já era tarde demais. Foi extremamente frustrante”, disse em entrevista ao UOL.
A jornalista perdeu 60% da audição do lado esquerdo e 40% do lado direito. A perda é irreversível. “Não escutar bem me prejudicou em diversas situações. Quando meus filhos eram bebês, por exemplo, eu não conseguia escutá-los chorar de madrugada, meu marido tinha que me acordar”.