IRANDUBA, AM – Moradores do bairro Morada do Sol, mais precisamente, das Ruas Washington Regis e Jose Mourão, procuraram a equipe de jornalismo do Repórter Manaós para denunciar o esquecimento do Poder Público Municipal com a cratera gigante que está engolindo as residências e deixando os moradores abandonados, desoridentados e sem ajuda com o Auxílio Aluguel.
“Ninguém está fazendo nada. A promessa de campanha do Augusto Ferraz quando nós [moradores], nos reunimos com ele no gabinete na Aleam é que ele arrumaria aqui. Mas cadê o Ferraz? Até hoje estamos esperando. Eu não tenho para onde ir e nem dinheiro para pagar o aluguel. A qualquer hora posso morrer com a minha família se esse buraco desabar mais uma vez”, disse uma moradora que pediu para não ter o nome divulgado.
A fotógrafa Simone Nascimento, dona da residência mais perto da cratera, contou que até os dias atuais nunca recebeu ajuda da Prefeitura e que na época do primeiro desabamento, teve seu pedido de ajuda negado por trabalhar em cargo comissionado na antiga gestão. “Eles falaram que eu trabalhava na prefeitura, então meu salário de R$900 eu tirava R$ 400 para pagar o aluguel, as contas e alimentar meus filhos. Não sobrava nada. A casa ficava estalando. Eu vi as casas caindo do lado e precisei de tratamento médico, usei medicamentos fortes até que o médico pediu para eu sair da casa. Ela está cheia de rachaduras”, relembrou.
A profissional desiludida se mudou de município para juntar dinheiro novamente, comprar um terreno e construir outra casa. “Quando eu vou ter outra casa. Não sei. Mas estou lutando”.
Ainda conforme Simone, a casa que ela lutou por anos para construir foi perdida em um piscar de olhos. “Imagina você trabalhar dia e noite para contruir um sonho e do nada ele ver sendo destruído. Hoje minha casa está preste a cair e eu não posso fazer nada. Para quem vou pedir ajuda? Ninguém está nos enxergando”.
CRATERA PRA CEGO VER
Os moradores das duas ruas informaram que desde 2016 esperam por uma resposta do Poder Público e detalharam como o pesadelo começou.
Conforme os relatos, um bueiro que ficava no final da Rua Washington Regis entupiu com as fortes chuvas, passando a prejudicar os moradores das casas ao lado. “Ele foi entupindo, entupindo e acabou que certo dia ele explodiu. Com a força, já foi levando a primeira casa e o buraco se formou, foi crescendo, levando as demais e que não para. Isso não foi um desastre da natureza. Foi um crime ambiental que colocou vidas humanas em risco”, confidenciou outra moradora, de 52 anos.
O Repórter Manaós entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Iranduba, mas até a publicação deste conteúdo não obteve resposta. O espaço está aberto.
