BRASIL – Nesta terça-feira (15), caiu na internet um vídeo onde mostra o pastor e líder da igreja evangélica Agnus, Renê Arian, orando e abençoando armas de delegados. Nas imagens, aparecem revólveres, pistolas, uma espingarda e um fuzil com intuito de “proteger a população”.
“Senhor Deus, em nome de Jesus, nós ungimos essas armas para a segurança da nossa população de nossa cidade, Senhor. Nós pedimos que o Senhor venha nos guardar, venha nos proteger, através dessas armas”, DIZ ARIAN.
O religioso prossegue e justifica que a bênção serve para segurança da população contra o que chama de “homens maus”. Ele afirma que já realizou a unção de outros instrumentos de trabalho e que há respaldo na palavra de Deus.
“A Tua palavra diz: tudo o que ligares aqui na Terra terá sido ligado nos céus. E nós ligamos, através da unção com óleo, essas armas que serão para a nossa proteção, para guardar a população, em nome Jesus, contra os homens maus. Para a glória, Deus e louvor, de seu nome, nós pedimos que o Senhor nos guarde, nos livre e nos proteja, em nome de Jesus. Amém e amém”, continuou.
A cerimônia, ocorrida no último sábado, contou com a presença de dois delegados e um investigador, além de outra pastora. O vídeo foi gravado e publicado pelo delegado Tito Barrichello, da 2ª Delegacia de Homicídios da capital. Também aparecem nas imagens a delegada Tathiana Guzella, da 1ª Delegacia de Homicídios de Curitiba, um investigador apresentado como “Cabelo” e a pastora identificada apenas como Erlane.
Em seguida, Barrichello agradece ao pastor pela unção e afirma que as armas serão usadas “na defesa da sociedade dentro das regras estabelecidas pela própria sociedade”. No Instagram, o delegado classificou a bênção como “muito especial”. Ele tem mais de 41 mil seguidores na rede social.
‘Armas privadas e legalizadas’
Questionado, Barrichelo afirmou que as armas são todas privadas e legalizadas. Disse ainda que a ideia partiu do pastor René por haver “diversas passagens de benções aos escudos e armas”.
“A unção tem um sentido de benção, para que aquilo, apesar de poder causar um dano a outro, seja um instrumento de paz. Na polícia, organizamos para que não ocorra reação do investigado. A ideia da arma é não utilizá-la”, DISSE AO GLOBO.
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fonte: O Globo