Uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo site UOL, traz mais luz e mais preocupação ao Amazonas, que neste momento segue mergulhado no caos diante da segunda e mortal onde de Covid. O pesquisador da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, afirma que os cientistas descobriram uma mutação inédita do vírus no Estado, a mesma encontrada e divulgada pelos japoneses em pessoas que saíram de Manaus. “Acredito que essas mutações possam ser parte da explicação para essa explosão de casos aqui no Amazonas. Mas nós sabíamos que o número de casos iria aumentar porque as pessoas não estavam fazendo distanciamento; nos dias 26 e 27 de dezembro houve protesto porque o governador mandou fechar o comércio, houve as festas de fim de ano. E o sistema de saúde do estado já estava fragilizado, é uma situação multifatorial a meu ver.”, afirma o pesquisador nesta segunda-feira, ao UOL.
Nesta segunda-feira, o Amazonas chegou ao diagnóstico de 2.151 novos casos de Covid-19, totalizando 216.112 casos da doença no estado. Também contou mais 55 óbitos por Covid-19, elevando para 5.756 o total de mortes. Hoje, temos 1.391 pacientes internados. “Esses vírus são o B.1.1.28 com mutações na proteína Spike, e duas delas são importantíssimas. Mutações similares já foram associadas com a maior transmissão do SARS-CoV-2. É um vírus que passou por um processo evolutivo, que nos faz pensar em, talvez, uma nova variante brasileira”, explica o cientista ao UOL.
Ainda que se feche o comércio não essencial e que se abram mais leitos, o Amazonas vê o chamado caldeirão da morte entonar sobre as famílias. A precisão dos cientistas é que todo o mês de janeiro seja muito duro, rescaldo das festa de fim de ano e encontros clandestinos. “As análises mostraram que essa mutação separadamente já trazia vantagem para o vírus [se transmitir mais]. Essas mutações preocupam bastante, e precisamos de mais tempo e análises para saber realmente se ele está associado a esse maior poder de transmissão.”.
Fotos: Érico Xavier/Governo do Amazonas/Divulgação