
O enfermeiro amazonense Raimundo Nogueira Matos, viralizou com uma foto dele abraçado ao paciente com Síndrome de Down que estava com medo de receber oxigênio, durante a segunda onde da Covid-19 que avassalou várias famílias no começo deste ano, no estado. O profissional foi indicado pelo Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM), ao ‘Oscar’ da Enfermagem nacional, o prêmio Anna Nery e nesta quarta-feira (29), durante o 23º Congresso Brasileiro de Enfermagem (CBCENF), em Florianópolis, recebeu a honraria representando os mais de 54 mil profissionais Amazonenses.

Recentemente, o profissional se emociou ao compartilhar sua experiência em uma entrevista exclusiva para o Repórter Manaós.
“Passei muitas situações difíceis trabalhando dia e noite. Pensava e perguntava a Deus, ‘senhor porque isso tá acontecendo?’. Deus é dono de tudo. Quando me ligaram e falaram sobra a indicação eu cheguei a chorar. Fiquei muito nervoso, passei horas sem dormir, pensando nessa premiação.”
Mas se ficou surpreso, Raimundo não deveria se espantar. O gesto humanitário dele representa bem o que profissionais de Saúde fizeram e ainda fazem em leitos de unidades hospitalres mundo à fora. Nascido em Manacapuru, Raimundo não imaginava que o abraço dado em Émerson Júnior, de 30, em janeiro deste ano, correria as redes sociais e seria compatilhado milhões de vezes. Hoje ele segue na mesma Caapiranga, já bem mais calma do que naqueles dias turbulentos.
REPRESENTATIVIDADE
“Vou representar os profissionais da área do Amazonas. É uma honra. Cuidar de pessoas é mostrar-se totalmente humano no sentido mais sensível da palavra, pois com certeza não é fácil abdicar da própria família, abrir mão da sua vida pessoal e mergulhar diariamente na vida de pessoas que necessitam de você.”, desenvolve o profissional, que já rodou várias cidades do Brasil trabalhando para salvar vidas.

PRÊMIO ANNA NERY
Anna Nery, a enfermeira que dá nome à premiação, destacou-se pelo trabalho voluntário que desempenhou durante a Guerra da Tríplice Aliança (1865 – 1870), também conhecida como Guerra do Paraguai. O seu maior legado pode ser considerado a abnegação e a perseverança na prática do cuidar do próximo, a organização sistemática e a humanização no cuidar dos doentes. Ficou consagrada pela História como a primeira enfermeira do Brasil.