
Lá se vão 50 anos de Medicina. A vida toda o doutor Dráuzio Varella trabalhou em presídios, atendendo e fazendo o bem sem olhar a quem. Tem gabarito e moral para isso. Domingo, quando deu um abraço numa transexual condenada pela morte de uma criança, apenas repetiu o que tem feito a vida toda: acolheu sem perguntar porque. Mas o abraço em Suzy gerou a fúria dos defensores dos valores de Deus.
O abraço ganhou repercussão negativa ainda no domingo, quando o abraço foi ao ar no Fantástico. Dráuzio foi acusado de defender bandido, de ignorar a dor da mãe da criança.
Não demorou a mãe da criança apareceu na televisão, se dizendo ocada com o abraço. Quem ficaria feliz ao ver a imagem do assassino de seu filho? Não dá, né?
Na noite desta terça o doutor foi às redes sociais, pediu perdão da mãe da criança morta e disse que apenas teve um ato de humanidade. “Nessa hora ela se virou para mim com um olhar tão triste que me comoveu e eu dei um abraço nela.
Para quem acha que eu errei, desculpa. Mas esse é meu jeito. Eu lamento, mas assumo totalmente a responsabilidade negativa que o caso teve. Eu gostaria de dizer claramente, sem nenhuma chance que eu volte atrás no futuro, que eu nunca fui e nunca serei candidato a nada. As pessoas que estão explorando politicamente esse caso podem ficar tranquilas.”
E assim vivemos no Brasil de 2020. Pedindo desculpa por dar um abraço, mas achando bonito fazer arminha.