
O subprocurador geral de Justiça para assuntos jurídicos do Ministério Público, Carlos Fábio Monteiro, desmentiu a secretária de Saúde, Simone Papaiz, sobre a postura da Susam na entrega de dados sobre a suspeita compra de respiradores por parte do governo do Amazonas. Ao contrário do que diz a titular da pasta, ele afirma que a secretaria sonega informações e que por isso o MP foi obrigado a realizar a operação Apneia, e retirar por força de ordem judicial o material a ser investigado.
“A secretaria, em determinado momento, não forneceu os documentos que havíamos solicitado. Os documentos que tratavam justamente dessa aquisição dos respiradores. Um dos motivos que ensejaram nossa busca e apreensão foi a dificuldade da secretaria em ceder essas informações”, disse Carlos Fábio.
Chamou a atenção do órgão, e da sociedade, o total de R$ 2,9 milhões pagos pelos respiradores, que sequer serviam para as UTIs do combate à covid. Enquanto o Amazonas pagou na loja de vinhos R$ 106 por cada aparelho, o Ministério da Saúde pagou R$ 57,3 mil. O Amazonas tem mais de 2 mil mortes e o governador Wilson Lima disse que não tem dinheiro para instalar UTI no interior.

As investigações do MP prosseguem, assim como a CPI da Saúde e o trabalho do TCE, que também reclamou da sonegação de informações e pediu afastamento definitivo de Simone, algo que Wilson Lima não fez. ““A secretaria tem total intenção de transparência. Em nenhum momento, a Susam omitiu qualquer tipo de informação, seja vinculada a esse processo de aquisição quanto aos outros. Todos os dados, cópia processual, foram enviados ao MPE, à Controladoria Geral da União (CGU), à Controladoria Geral do Estado, ao TCE”, garante Simone.