
Na tarde desta quinta-feira (20), o Conselho Tutelar da Zona Centro-Sul de Manaus abordou três adolescente de 12, 14 e 15 anos, que se passavam por atletas para vender doces em semáforos. As informações são do conselheiro tutelar Daniel Serrão.
Conforme Daniel, o trio usava roupas de atleta para vender as balas e ajudar a família, mas ao serem questionados sobre em qual academia representavam ou sobre onde estava o professor responsável, não souberam informar e acabaram levantando suspeitas.
“Não se tratavam de atletas, não tinha responsável, nem professor. Quando são atletas, eles vão acompanhados pelos professores. E quando nós os abordamos, verificamos isso. Perguntei onde eles moravam, disseram que era no Santa Etelvina, perguntei da academia, eles sequer souberam me dizer o nome do local onde treinavam. Fomos apurando aos poucos e percebemos que eles usavam a roupa de academia para angariar recursos para levar para dentro de casa”, explicou.
Após conversa Serrão descobriu que os pais sabiam desta atividade dos filhos, o que caracteriza exploração do trabalho infantil.
“As mães dos três [adolescentes] relataram que sabiam que eles iam para o sinal pedir. Isso mostra claramente que é um caso de exploração do trabalho infantil. Ultimamente temos visto muitos casos assim, onde os pais deixam de ir trabalhar e mandam os filhos para rua para conseguir o sustento. É uma inversão de responsabilidade”, disse.
Segundo Daniel, um relatório será feito pelo Conselho Tutelar da Zona Norte, que encaminhará o documento para a Delegacia Especializada em proteção à criança e ao adolescente (DEPCA). Na ocasião, os pais dos adolescentes serão chamados e será constatada ou não a prática de exploração do trabalho infantil. Se sim, o caso será encaminhado para a justiça.