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Biomédica é primeira amazonense vacinada nos EUA: “Alívio! Espero que chegue logo aí”
Exclusivo, direto da Flórida

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“Sensação de alívio ao saber que com a vacina não desenvolverei o quadro clínico da doença! Espero que chegue logo aí, pois fico muito preocupada com meus pais idosos trancados em casa sem poder curtir a melhor idade deles.” Esse relato é da biomédica amazonense Jória Gennaro, 28 anos, que nesta segunda-feira foi a primeira cabocla da gema a tomar a vacina da Moderna contra a Covid nos Estados Unidos.

Em meio aos plantões exaustivos no Crestview Rehabilitation Center, na Flórida, ela achou um tempinho para dar seu testemunho exclusivo ao Repórter Manaós, nesta terça. Responsável por cuidar de idosos no centro de reabilitação, ela tem autoridade para falar do tamanho da pandemia, morando e trabalhando na linha de frente do país mais afetado do mundo pelo coronavírus. E tão difícil quanto, com o coração fincado em Manaus, a cidade que vive o caos diante da Covid, onde os hospitais públicos e particulares estão super lotados e de onde sua família não pode sair.

Ao lado do pai, em Manaus

“Sim, infelizmente tivemos várias mortes. Tanto de pacientes quanto funcionários.
Esses meses foram meses muito difíceis. Mas o que mais me abala é ver os idosos chorando na janela vendo os familiares do lado de fora sem poder se tocar.” Os EUA começaram a campanha de vacinação pelos idosos e profissionais de Saúde. Na terra de Jória, apenas ruas, cemitérios e unidades de saúde cheios.

Enquanto o Brasil chupa o dedo e só tem a Deus e aos cuidados gerais para se livrar da infecção, do medo e da morte, na terra do Tio Sam a corrida para enxergar a luz no fim do túnel já começou, à base de doses da Pfizer e da Moderna.

A luta com as EPIs na missão de salvar vidas nos EUA

“Atualmente eu trabalho em hospital de reabilitação de idosos e pessoas com deficiência.  Esse hospital funciona como uma casa pra eles, pois muitos familiares não conseguem dar o suporte necessário. Então eles moram e fazem o tratamento na instituição de trabalho.”, conta a jovem que deixou Manaus em 2017 para passar um curta temporada, mas que lá se apaixonou e casou com um americano.

NEGACIONAISMO

Lá, como cá, as teorias dos negacionistas e antivacina são vistas á luz do dia. Porém, para iluminar o caminho das trevas temos a Ciência e pessoas como essa amazonense que hoje é cidadã americana com sabe Baré. “Acho que estão sendo influenciados principalmente pelas fake news. Hoje temos acesso às informações. Eu aconselho as pessoas a ir em busca de informação verdadeira, ler artigos científicos sobre vacina, desenvolvimento, e como irá agir em nosso organismo. Sei que pode dar certo receio, mas o mundo parou com uma única finalidade, e hoje a vacina é real! Os cientistas estão chamando de milagre!”

No 28 de Agosto, antes de deixar Manaus e morar nos EUA

Agora é esperar mais um mês para tomar a segunda dose. A esperança é que em breve todos estejam imunizados, que as barreiras caiam e que Jória possa volta a Manaus, para abraçar os pais e matar outra saudade: “Morro de saudades, estou louca pra ir encher o bucho de peixe e farinha ovinha.”, brinca, antes de falar sério. “Muitas vezes eu cheguei a dormir em quarto separado com medo de infectar meu marido. Como trabalho em linha de frente eu tenho que fazer o teste de Covid duas vezes na semana. Mesmo com resultado negativo eu tinha e tenho receio de transmitir o vírus para ele.”

Saudade do peixe e da farinha ova.

O medo de uma profissional que mora no Primeiro Mundo é o mesmo que qualquer mortal em qualquer canto do planeta. O vírus nos distanciou, mas também nos aproximou com humanos. Embora, nem sempre, como gente.

 

Por Suzana Martins – Equipe Repórter Manaós 

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