“Se eu tenho orgulho? Eu não tinha nada. Cheguei do interior do Nordeste, não tinha nem comida pra por no estômago e agora eu sou uma tenente da Polícia Militar do Amazonas”, relembrou emocionada a Policial feminina (Pfem) Maria da Conceição Ribeiro Macedo, de 46 anos, e que há 27 veste a farda da briosa com orgulho, em Iranduba. Hoje, 05 de março o Repórter Manaós inicia uma série de matérias especiais com histórias de mulheres que venceram na vida através do trabalho, dignidade, empatia e amor. É uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, que será comemorado no próximo dia 8. Mas todo dia é dia da MULHER!
Conceição Macedo com seu nome de guerra é conhecida e respeitada no município de Iranduba por anos de trabalho dedicados a servir à sociedade. Alegre, a Pfem se destaca aonde chega. “Ingressei na corporação no dia 1º de abril de 1994. Desde então, já rodei o Amazonas para servir à sociedade. Novo Airão, Manacapuru, Rio Preto da Eva, Parintins
Castanho, Autazes e aqui, em Iranduba, construí meu lar e nome. Eu cheguei aqui devagar, tenho certeza que faço meu trabalho dignamente, amo o ser humano e aqui é um lugar de pessoas maravilhosas”, disse com a voz embargada ao recordar alguns perrengues da vida e da profissão, e o orgulho que a família sente por ela.
“Nós viemos do Maranhão para o Amazonas quando criança. E de onde eu vim, pra o que eu sou hoje. Nossa! É muita felicidade pra mim é pra minha família. Já fui perseguida, ameaçada, mas faz parte. Hoje eu trabalho interno no quartel. Mais já passei muitas noites patrulhando e protegendo a sociedade amazonense. E falar do que eu gosto eu fico assim.”
Questionada sobre preconceito por ser mulher no meio de vários homens. Ela responde: “Na polícia não tem isso. Preconceito? Nós sempre estamos juntos uns dos outros. Sempre nos apoiamos e nos ajudamos. Tem o preconceito da sociedade. Mas mesmo assim amo o que faço e sou feliz com minha profissão.”
“Eu dou um conselho às mulheres que sonham em vestir a farda da briosa. Estudem! A Polícia Militar é uma instituição que acolhe a pessoa com profissional. A gente passa por uma academia, aprende a tratar as pessoas e a reconhecer também. A gente cria uma índole no coração de proteger. Estar presente, de querer salvar, de querer cuidar! E pra quem quer ser policial tem que querer muito. Ter dom! E quem tem seu sonho não desista, persista”, disse Macedo.
“Ser policial foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. São 27 anos de felicidade plena eu amo muito o que faço”.
E hoje, a subtenente se descreve como vencedora. Mãe de dois filhos e avó coruja de dois netos. Ela se enaltece, “As dificuldades veem, mais eu acredito que seja pra transformar e melhorar. Criei meus filhos e venci na vida”, finaliza.
Por Suzana Martins – Equipe Repórter Manaós