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Mãe denuncia CMEI por discriminação contra criança de 5 anos em Manaus
Confusão na sala de aula

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Foto: Arquivo Pessoal

MANAUS, AM – Quer ver uma mãe virar leoa, é só mexer com o filho dela. É o caso da acadêmica de Biomedicina, Geovana Matos Rocha, mãe do pequeno L. M, de apenas cinco anos. Ela está denunciando o CMEI Dom Bosco 2º, localizado no bairro Compensa, Zona Oeste da cidade, e procurou o Repórter Manaós para contar sua história.

Conforme Geovana, seu filho sofreu discriminação e ataques no grupo de conversa entre professores e alunos da instituição de ensino. Motivo? A criança teria deixado cair o tablet da professora do 2º período.

Ainda conforme o relato da mãe, a criança foi diagnosticada com Anemia Hemolitica (Deficiencia de G6PD) – Condição que provoca o rompimento dos glóbulos vermelhos em resposta a certos medicamentos, infecções ou outros fatores de estresse. – Recentemente, ela também foi informada por alguns médicos que o filho sofre de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), uma condição que afeta a capacidade de se concentrar e focar em determinadas atividades. A mãe conta que o filho já esta com agendamento médico especializado marcado, onde espera pelo laudo.

Ela relatou que no dia 10 deste mês começou o pesadelo da família dentro da escola, após ser chamada pela direção para uma reunião. Na hora e data marcada, ela foi informada pela diretora que ‘L.M’ no primeiro dia de aula subiu em uma cadeira, pegou o tablet da professora que estava em cima de um armário e deixou o aparelho cair. Ela foi chamada para assinar um termo onde se responsabilizava por tudo que a criança quebrasse dentro do âmbito escolar. (Ouça os áudios gravados pela mãe).

 

“Na reunião, ela [professora] disse que o meu filho não atendia os chamados dela, não faz as tarefas. Mas tem fotos dele enturmado e estudando. Eu teria que pagar pelo tablet quebrado. A diretora queria me forçar a assinar um documento onde eu me responsabilizava por tudo que ele quebrasse na escola. Meu filho estava feliz ao ir para a escola e agora ele está triste, frustrado em casa”, relata Geovana, que está desesperada e com medo.

A mãe continua seu relato. “No segundo dia de aula continuam as queixas. As mesmas queixas. Ele não obedece. Fica andando pela sala etc. Acabou que ele praticamente foi expulso da escola em apenas dois dias de aula.”

“Fui perguntar no grupo onde eu pegava as coisas dele. Os pais dos outros alunos começaram a falar mal do meu filho. Eles (professores) já tinham comentado com eles [pais] o que aconteceu. O meu filho saiu como um monstro e eu como quem não soubesse educar.”

Geovana contou que recebeu mensagem de um pai ameaçando bater na criança. Além de ser convidada pela professora de estar na sala de aula com o filho enquanto a profissional da educação dava aula para os outros alunos.

Neste domingo (15) ela registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) por Ofensas (Calúnia, Injúria ou Difamação).

Nossa equipe procurou a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (SEMED), onde questionou a atitude dos envolvidos.

1 -É dever da escola agir com esse comportamento entre direção, educadores e pais? 
2 – Os pais precisam assinar algum Termo de Responsabilidade sobre os materiais da escola quebrados pelo aluno? 
3 – Sobre a mãe e o aluno serem expostos no grupo de conversa pelas educadoras, esse é o protocolo correto? 
4 – O que poderá ser feito pela SEMED neste caso? 

Por meio de nota, A SEMED informou que o aparelho eletrônico em questão é de uso particular e “não pertence ao Cmei, por isso, a educadora irá arcar com o prejuízo”.

Sobre o Termo de Responsabilidade, foi comunidado. “a direção da unidade aproveitou o momento e pediu para que a mãe da criança assinasse o termo de responsabilidade, mas a mesma se recusou.”

“O Cmei aguarda o laudo médico que atestará ou não se o aluno tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Caso o laudo seja positivo, a rede municipal de ensino irá tomar as medidas para que a criança receba o tratamento e acompanhamento necessários. A Semed reitera que preza pelo respeito, pela integridade e dignidade de alunos, professores e de toda comunidade escolar, não havendo espaço para discriminação ou qualquer tipo de preconceito”, finalizou.

Confira a nota na íntegra

“A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informa que no ato da matrícula os pais ou responsáveis pelos estudantes assinam um termo de responsabilidade, que trata sobre o uso de imagem, possíveis danos causados ao patrimônio público, entre outras coisas. No caso do Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Dom Bosco, este ano a entrega da documentação dos alunos foi realizada de forma remota, porque a unidade de ensino estava em reforma, por isso, o processo de matrícula só começou a ser concluído no último dia 9 de maio, quando as aulas voltaram a ser presenciais e os responsáveis passaram a assinar o termo de responsabilidade. Nessa situação específica, o aluno em questão quebrou o tablet da professora, equipamento que não pertence ao Cmei, por isso, a educadora irá arcar com o prejuízo. Porém, a direção da unidade aproveitou o momento e pediu para que a mãe da criança assinasse o termo de responsabilidade, mas a mesma se recusou. O Cmei aguarda o laudo médico que atestará ou não se o aluno tem Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Caso o laudo seja positivo, a rede municipal de ensino irá tomar as medidas para que a criança receba o tratamento e acompanhamento necessários. A Semed reitera que preza pelo respeito, pela integridade e dignidade de alunos, professores e de toda comunidade escolar, não havendo espaço para discriminação ou qualquer tipo de preconceito.”

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5 COMENTÁRIOS

  1. Discussões sobre esse tema vem rolando há muito e compreendo a situação da mãe, mas é importante levantar alguns pontos. Vejam que a SEMED NÃO CUMPRE as determinações sobre número de alunos em sala de aula e inclusive a redução quando a sala tem alunos com alguma dificuldade especial, sobrecarregando absurdamente professores que de forma alguma conseguem atender ao mesmo tempo aluno especial e o restante da turma que acaba ficando prejudicado. Também não disponibiliza mediadores para auxiliar os alunos que JÁ TEM LAUDO, nem mesmo nas classes especiais e EJAs especiais. Tem mais, é importante registrar que a maioria absoluta dos professores NÃO TEM formação para lidar com esses alunos especiais pois até pouco tempo atrás havia investimento governamental em escolas para esse público e quando o governo resolveu cortar esses investimentos e falar em INCLUSÃO, NÃO criou as pré-condições necessarias, simplesmente matricula as crianças e os professores que se virem nos 30. Em relação ao patrimônio, pais devem ser responsabilizados por danos caudados por seus filhos SIM, seja o patrimônio público da escola, seja o patrimônio privado de professores. Aliás, já se constitui num fato absurdo professor ter que comprar equipamentos para dar sua aula, particupar de reuniões, registrar frequência, conteúdos trabalhados, etc. Que fique bem claro que durante a pandemia as aulas virtuais aconteceram porque TODOS nós compramos equipamentos, pagamos planos de internet e de celular, por exemplo.

  2. Srs País , Respeitem essa família… inadmissível nos dias de hoje, ter pais que são contra alunos com algum tipo de deficiência estar junto aos seus filhos, esse é o Momento dele de ressossializacao. Ensine seus Filhos a respeitarem essas crianças.
    Meu REPUDIO a alguns País e a Diretoria desta escola

  3. Quem tem que ressarci a professora, não é nem a mãe, mais a própria semed, pois a mesma não disponibiliza esse tipo de material para o professor, obrigando o mesmo ter que comprar computadores caros, pagando em diversas parcelas e ainda por cima tem o seu computador danificado pela irresponsabilidade desta empresa.

  4. Lamento o ocorrido com a família, porém me solidarizo com a situação que o professor enfrenta, onde é pregado uma inclusão linda no papel mas a realidade é que o professor nao recebe estrutura e nem apoio para que essa inclusão ocorra de forma benéfica para o aluno, escola e comunidade. Toda criança que tem algum diagnóstico tem que ser acompanhada com outros profissionais e na escola ter um mediador que fica somente com esta criança… Imagina uma professora com 20 a 25 crianças de 5 anos, em uma sala de aula para ensinar de forma lúdica… e se essa criança chegar a machucar outras crianças de forma mais séria a culpa ainda vai ser da escola e professora… que compra seus materiais para dar uma aula de qualidade coisa que deveria ser ofertado pela secretaria de educaçao… assim como mediadores para cada criança que necessita, mas a casos da família não se importar se a criança esta sendo acompanhada ou mesmo tendo sucesso no seu desenvolvimento, sendo que este crescimento intelectual não depende somente da escola, mas sim do conjunto Estado tando estrutura na educação e saúde, escola na educação e família com educação familiar e buscando apoio com outros especialistas necessários para sua criança.

  5. A mãe dessa criança deve ser responsabilizada, SIM. Para isso, a professora deveria representar contra a mãe na justiça, para que seja feita a reparação. A SEMED, por outro lado, tem que dar as condições para o acolhimento desse tipo de aluno, cujo número está aumentando exponencialmente.

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